quinta-feira, 2 de maio de 2013

O pronunciamenpto da presidenpta sorridenpte


Primeiro de maio é dia de pronunciamento presidencial em cadeia nacional (desculpe falar em cadeia nessa hora tão delicada para mensaleiros esperneantes). E foi o que aconteceu na noite de ontem.
Nossa "presidenta" estampava um sorriso modelo Gugu Liberato que parecia doer. Falou em tom de programa eleitoral sobre os magníficos feitos do governo petista nos últimos anos. De repente, me dei conta de que morava numa espécie de Suécia tropical - o único país que faz tudo certo nesse imenso planeta. Quantos avanços, quantas conquistas...
Obra evidente de um marqueteiro cercado de pesquisas, nenhum ponto deixou de ser mencionado: do compromisso com o controle da inflação à óbvia necessidade de colocarmos a educação em primeiro plano. E, coroando esse tema crucial, mais uma apimentada na guerra entre poderes promovida pelo partido presidencial: Dona Dilma avisa que enviou ao Congresso uma proposta para tornar obrigatório o uso dos royalties do petróleo (tema que quase rompe o pacto federativo por culpa do Governo Federal) em educação, e - alerta vermelho! - instiga a população a pressionar nossos deputados a aprová-la.
Muito bacana a ideia de privilegiar a educação. Se não for mais uma jogadinha de efeito, será ótimo. Mas precisa empurrar o povo contra um Legislativo que já está pra lá de bombardeado?
O lado Executivo do PT está fazendo sua parte (essa é a mensagem), e declara que está descolado do Congresso Nacional (onde parece ignorar que também domina o PT com seus coligados), assim como faz vista grossa para os ataques que seu partido tem feito sistematicamente ao Judiciário.
Imagino como foi difícil para o diretor de cena ajustar a interpretação da oradora (bastante descalibrada, por sinal) e mantê-la sorrindo ao declamar seu texto de auto-louvação. Imagino ainda, nos bastidores, a ala governista pró-absolutismo se acabando de rir com mais um passo em direção à Brasuela que nos colocará em pé de igualdade com os bravos bolivarianos que nos cercam.