
Parece ter mais do que seus apenas 23 anos. Soa como se tivesse muito mais que isso, de tão madura.
Adele arrasou ontem no Grammy, sem perder a timidez de iniciante. Não só ela, a festa como um todo foi um arraso. Desde Bruno Mars deixando claro que Elvis não morreu (nem Michael Jackson tampouco), até Sir Paul McCartney, anunciado com gaitinha e tudo por Stevie Wonder, e se apresentando tão despojadamente como só os gênios podem ser, numa Valentine com orquestra, Diana Krall ao piano e Joe Walsh ao violão. Ele, a lenda, multi-instrumentista, multi-talentoso, na singela posição crooner. Demais!
Uma festa de eclipsar Oscar. Onde o country mostrou que pode ser angelical quando entra em cena com Taylor Swift, e o rock dos Foo Fighters gritou seu protesto, fazendo apologia da imperfeição humana como detentora da emoção, em contraposição à assepsia tecnológica sonora que faz tudo ficar com jeito de centro cirúrgico.
É certo que o fato do evento coincidir com o dia em que Whitney Houston nos deixou, tornou a celebração mais profunda e comovente. Mas deu pra perceber que algo está mudando, finalmente para melhor. Que estamos resgatando valores (Tom Jobim também marcou presença) e questionando o superficial, inclusive debatendo a relativa pobreza da reprodução digital quando comparada à qualidade do vinil. Idas e vindas até encontrar o ponto.
E enquanto as coisas vão buscando seu devido lugar, seguimos "rolling in the deep" com a nova musa e, de alguma forma, "learning to walk again", como cantam os bravos fighters.
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