Podia partir de Nova York, Shangai, Tóquio… Mas partiu de
São Paulo.
Podiam ser parisienses, londrinos, moscovitas… Mas são
paulistanos.
Sou carioca, seria mais fácil situar meus personagens no
Rio. Só que não estou em busca de facilidades, pelo contrário, adoro desafios.
E não há qualquer irresponsabilidade em minha escolha, tenho extenso currículo
de ponte aérea, trabalhei durante muitos anos lá e cá, conheço bem o espírito
da pauliceia, e sei o quanto esse espírito está conectado com o momento Brasil Bola da Vez. Claro que há um motivo maior por trás da minha decisão: a
história. Um livro que lida com a babelização, perdão, com a globalização, tem
que partir obrigatoriamente de nossa metrópole mais destacada no cenário econômico
planetário. É pra estar ali, ombreando com os grandes centros decisores do
mundo, duelo de gigantes, não dá pra vacilar, tem que escalar nosso campeão dos
pesos pesados. Oh, yes, nós temos Babel! E não se trata exatamente de um lugar,
é um jeito de lidar com as expectativas, com os outros, com a vida. Impossível
de localizar no GPS, está por aí, sobrevoando a gente o tempo todo, vive dentro
de personagens como Douglas, Amanda, Guilherme, Ismênia, Victor, Valéria,
Júlia, Cíntia, Ingrid, Ludmila, Laurent, Paula. Babel está instalada em nossas
cabeças, é uma epidemia global.
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