quarta-feira, 19 de setembro de 2012

ANTONIO TORRES SOBREVOANDO BABEL


Ter um escritor do calibre de Antonio Torres na orelha de Sobrevoando Babel, cerca o trabalho de brilhos e paparicos dourados. 
Segue abaixo o texto com que o mestre turbina, adorna e abençoa meu livro:
"Passageiro de primeira classe, que viaja muito, e bem — “pela mais legítima e deliciosa obrigação profissional” —, decola em mais um voo sobre o Atlântico, subindo para o Olimpo, confortavelmente só e salvo em sua trajetória de big boss a cruzar os céus da Babel pós-tudo cheio de orgulho de si mesmo e de fé no seu deus: o Mercado. E com segredos confiados a uma passageira de outro avião, e um revólver na bagagem — já causador de um trauma —, motivo de uma adrenalina a mais no seu desembarque. Em Paris.

“Douglas Emiliano Gomes, especialista na arte de estar por cima. Muito prazer”.
Presidente no Brasil de uma indústria de cosméticos, a Lindholm Svartsnaider Beauty, esse poderoso chefão se deleita com as vantagens do seu cargo (entre outras, “o distanciamento estratégico da matriz europeia”), e se diverte em quebrar as duríssimas normas internacionais da empresa, pondo sua ambição desmedida acima de qualquer regra de conduta.

Pronto. Eis aí um caso exemplar de personagem brasileiro inserido na era globalizada, o que tanto tem seduzido nossos autores, sobretudo os mais novos.

Sobrevoando os esforços bem ou mal sucedidos nessa direção, Adilson Xavier foi longe. Neste seu novo romance, ele esbanja conhecimento do mundo corporativo multinacional, da relação promíscua (para dizer o mínimo) entre as empresas privadas e o poder público, do vale-tudo (vá lá) neoliberal na busca da ampliação dos seus domínios around the world. Ou là-bas, numa língua mais cosmética da nova Babilônia.

É sobre tal background que Adilson Xavier tece, com segurança, uma trama de intrincados fios, enovelando os relatos da sua figura central aos contrapontos de um elenco de personagens que mais parecem saídos de um roteiro de um filme de suspense. Conclusão: com uma surpresa atrás da outra, a cada capítulo, Sobrevoando Babel prende você à poltrona do embarque até o ponto final. Boa viagem."

Antonio Torres

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