quarta-feira, 6 de junho de 2012

ADEUS, RAY BRADBURY!

"Quando a morte ataca, você deve pular e agarrar o bote salva-vidas e correr para a sua máquina de escrever." Era assim que Ray Bradbury encarava o que de alguma forma poderia intimidá-lo. Dizia também: "Toda manhã, pulo da cama e piso num campo minado. O campo minado sou eu. Depois da explosão, passo o resto do dia juntando os pedaços."
Comecei a me ligar no seu trabalho há pouco tempo. E achei o cara surpreendentemente inspirador. Muito mais profundo do que jamais imaginaria ser um autor de ficção científica.
Com Ray aprendi a valorizar mais a poesia. Vejam só que ironia. Seu primeiro conselho para quem escreve é ler poesia diariamente, como um exercício para o espírito, como suplemento alimentar que nos ajuda a re-significar a vida e redimensionar as palavras. Aprendi também a olhar o futuro com outros olhos e a enxergar o ofício de escrever como algo que de repente ganha concretude. Foi ele que, ancorado no alicerce de seus livros, desenvolveu o conteúdo do Spaceship Earth, a famosa atração do Epcot Center. Foi ele quem enunciou que "os primeiros homens e mulheres desenharam sonhos de ficção científica nas paredes das cavernas."
Na palestra "Poetas do Consumo" que fiz mês passado na ABL, Ray Bradbury foi o autor mais citado, tamanha a impressão que me causou seu trabalho. A leitura de seu livro "O Zen e a Arte da Escrita" fez com que eu me tornasse seu fã. Hoje, ele partiu. Aos 91 anos. Com muita vida pela frente.

Um comentário:

  1. Conheci-o através de farenheit, no filme inesquecível de Truffaut, e percebi que era um autor diferenciado. Alguém especial, desse tipo de autor que, independente do tema ou do público a que se destine, fala da vida de forma profunda e acorda algo de fundamental na alma de cada leitor.

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