quarta-feira, 17 de agosto de 2016

VOLTAS OLÍMPICAS


Precisou acontecer uma olimpíada no Rio pra eu voltar a escrever neste blog. Não pra falar de esporte, nem desta ou daquela disputa, mas da vida, das voltas que ela dá.
Imagine a Rio 2016 como uma série de tv, dessas bem feitas que nos surpreendem a cada episódio, dessas em que protagonistas apaixonantes de repente são derrubados, sem piedade. Quantas histórias desfilam diante de nós, despertando admiração e reflexão.
Desde a celebrada escolha da cidade-sede, passando por milhões de turbulências, intrigas, dúvidas e roubalheiras, entrando na espetacular festa de abertura e desembocando na paixão dos atletas que, diferentemente dos políticos, nos representam. De uma hora pra outra, vemos cair as favoritíssimas meninas do futebol e do vôlei, enquanto, como numa daquelas caixas-surpresa, saltam pro pódio um atleta com vara e um boxer, e duas duplas de vôlei de praia avançam pra disputar o ouro. Dor de um lado, alegria do outro. Aniversários e velórios, pra ninguém esquecer que tudo é relativo, efêmero. No meio disso tudo, parte João Havelange, exatamente durante o evento que ajudou a trazer pra cá, alegando que seria o maior presente para a comemoração do seu centenário. Se morresse em outra época, teria mais espaço na imprensa. Difícil competir com os dramas e glórias dos campeões.
Como acredito que as histórias são o melhor treinamento para a vida, vejo histórias e vida passando pelas arenas olímpicas, com todos os seus mistérios, injustiças, e heróis. Vejo os vilanizados do futebol masculino recuperando o status de esperança de redenção. Vejo o choro e o sorriso misturados ao suor, tudo oscilante, mandando as certezas pro espaço, pra ninguém se esquecer de que somos todos pequenos e ao mesmo tempo gigantes.

*Foto buscada no Google

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