quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O acontecimento nos espera - sempre.

O título deste post estava no facebook. Quer dizer, estava num livro. Quer dizer, estava num livro extraído do facebook: faces, de Livia Garcia-Roza.
Mal nasceu, a rede social mais famosa do planeta já virou literatura. Segue o ritmo da twitteratura, também impressa em papel como num click. Segue o ritmo do nosso tempo, cada vez mais curto, inquieto, ansioso, sedento de conteúdo. Lindo isso! Tecnologia e literatura lado a lado, uma brincando no espaço da outra, experimentando a elasticidade dos limites (se é que eles existem), se complementando e reforçando na reciprocidade que só a convergência viabiliza.
Encontrei no "faces" de Livia momentos iluminados, ideias profundas como "o amor é o melhor tempo perdido", "nos tornamos jovens muito tarde", "angústia é a expressão máxima do nada" e "é na imaginação do leitor que o livro acaba de ser escrito". Uma obra de leitura prazerosa e rápida, que permite pausas de reflexão longuíssimas, ou não. Cada um lê do seu jeito, digere como lhe der na telha, mas não escapa de pensar.
Faz lembrar de Hemingway que, desafiado a escrever uma história com apenas seis palavras, criou a pérola: "For sale. Baby shoes. Never worn."

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